terça-feira, 12 de junho de 2012


INDICE

1-A Didáctica da Informática como disciplina Pedagógica-----------------1

1.1-O que é a Didáctica da Informática? ------------------------------------------1

1.2-Competência---------------------------------------------------------------------------1



1.3- OBJECTIVOS DO ENSINO DA INFORMÁTICA----------------------------2



1.3.1-Objectivos Gerais e Específicos----------------------------------------------3

1.3.2 – Formulação de objectivos----------------------------------------------------4




1-A Didáctica da Informática como disciplina Pedagógica

A Informática tem um forte impacto na sociedade. A sociedade é dominada por informação e fluxos de informação, actuando principalmente na automação dos processos de decisão.

Similar ao desenvolvimento de equipamentos mecânicos (invenções principais: motor a vapor, o motor de combustão interna; revolução industrial), o computador também é utilizado como um instrumento de racionalização, dando origem, muitas vezes, a graves consequências sociais.

Finalmente, é permitido o uso do computador para controle de informações e análise em quase todas as áreas de negócios, principalmente, pelo seu ritmo de trabalho na solução de inúmeros de novos e mais complexos problemas.

1.1-O que é a Didáctica da Informática?

A Didáctica da Informática examina o processo de ensino - aprendizagem da Informática em vários estágios de desenvolvimento do homem, desde a infância passando pela educação vocacional, formação profissional e  aprendizagem ao longo da vida e na velhice. A Didáctica da Informática é uma componente da formação em Informática, que é destinada a preparar professores, de modo a apoiar suas tarefas educativas.

Especificamente, a Didáctica estabelece uma relação entre uma ciência especializada e a vida: ela faz com que dados colectados pelos cientistas especializados em educação, estejam disponíveis.



A definição de Didáctica como a arte de ensinar, em si se refere a maneira tradicional de ensinar, que implica um professor humano e estudantes também humanos.

A visão sobre o processo de ensino aprendizagem da Informática deve mudar, pois, agora o computador é também um professor didacticamente educado e seus alunos são pessoas, o que muda complemente a maneira de ensinar e aprender e também a relação professor-aluno.

Os professores tem à sua disposição mais possibilidades didácticas de transmitir conhecimentos e, consequentemente, mudar sua maneira de ensinar; o "status" de dono do conhecimento se modifica: o aluno pode obter maior autonomia de estudo.

O conhecimento vem não só do professor, mas também de diferentes fontes e a relação professor - aluno se vê modificada pelas novas formas de comunicação.





                                                       1.2-Competência



Competência é um conjunto de :

CONHECIMENTOS(saberes)

HABILIDADES(saber-fazer relacionado à prática do trabalho mental)
ATITUDES(saber- ser- aspectos éticos, cooperação, solidariedade, participação)

Competências pressupõe:

§  Operações mentais

§  Capacidades para usar as Habilidades

§  Emprego de atitudes - adequadas à realização de tarefas.



Competência em educação é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos - como saberes, habilidades e informações - para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações. (Philippe Perrenoud)

Competências informáticas são um conjunto de conhecimentos, habilidades, disposições e comportamentos que capacitam aos alunos saber como funcionam as TICs, o que são e como usa-las para atingir determinados objectivos.Envolve as habilidades que os alunos devem adquirir para serem autónomos e competências para gerir a informação, capacidades em relação ao computador, softwares e redes.

Exemplo de competências informáticas

-Operar sistemas operacionais em ambiente gráfico de forma ágil e optimizada;

-Analisar o desempenho e utilizar diferentes editores de textos;



1.3- OBJECTIVOS DO ENSINO DA INFORMÁTICA



A definição dos OBJECTIVOS é fundamental para que haja êxitos no processo de ensino - aprendizagem da Informática. Assim Objectivo  de ensino é um elemento orientador do processo de ensino aprendizagem e responde a pergunta : Para quê ensinar? Representa a modelação subjectiva do resultado esperado e está condicionado pelas exigências sociais de uma determinada época.

A pedagogia visa através da educação, a mudança direccionada de comportamento, definida com exactidão nos objectivos operacionais que devem ser alcançados para promover estas mudanças, especificando:

1. O que o aluno deve fazer em termos de conduta final;

2. Que objectivos específicos, o aluno deve alcançar, através das estratégias de ensino (acções), para manifestar a conduta prevista no objectivo geral.

Um objectivo de ensino expressa claramente o que se espera, que o aluno aprenda no final da aula ou curso:

-Sabe o que eu não sabia,

-entende o que não entendia e

-Faz o que não sabia fazer ...

Um enunciado que contem:

§  Verbo  

§  Acção +

§  + Comportamento Mediante o qual o aluno expressa o aprendido.



Exemplos de objectivos didácticos bem formulados são:

-Enunciar o gargalo de Von Neumann

-Definir o conceito de memória cache

-Determinar o tipo de relacionamento entre duas entidades de uma base de dados.

1.3.1-Objectivos Gerais e Específicos

Objectivos Gerais expressam propósitos mais amplos acerca do papel da escola e do ensino, diante das exigências postas pela realidade social e diante do desenvolvimento da personalidade dos alunos.

Os objectivos Gerais, definem, em grandes linhas, perspectivas da prática educativa, que serão depois convertidas em objectivos específicos de cada matéria de ensino, conforme os graus escolares e níveis de idade dos alunos.

Níveis de concretização

-Dependendo do verbo e dos complementos utilizados na formulação de um objectivo, este pode ser mais ou menos Geral/ Específico.

Podemos referir-nos ao nível de concretização de um objectivo segundo:

          1-A nível da acção

2-A nível do tema

3-A nível das circunstâncias



Um objectivo geral indica a direcção da aprendizagem, mas admite várias interpretações.

Verbos típicos correspondentes a objectivos gerais são::

Conhecer, entender, compreender, saber, dominar, desenvolver, aprender,

 julgar, Familiarizar-se, aperfeiçoar,… etc



Exemplo de objectivos gerais

-Conhecer as diferentes possibilidades de uso do computador na sala de aulas.

-Dominar os sistemas operativos actuais e as suas características e diferencias fundamentais.



A) A Nível da acção: No que respeita a acção, Um objectivo é específico  se está formulado com um verbo válido para fazer uma pergunta ou propor um exercício. Para tal, usam-se verbos que só admitem uma interpretação , sendo directamente avaliável.

  • Por exemplo, a nível da acção pode-se pedir que o estudante enuncie o gargalo de Von Neumann ou defina o que é memória cache.

  • Portanto, existem verbos adequados para se formular os objectivos específicos. De recordar que estes verbos não podem ser ambíguos, de modo a evitar dupla interpretação. A seguir apresenta-se uma lista com os verbos mais usados:

Identificar,Diferenciar,Enumerar,Comparar,Seleccionar,Resolver,Distinguir,Criticar,Construir,etc.

B) A Nível do Tema: Segundo o complemento directo que acompanha o verbo e que o tema trata, o objetivo pode ser mais ou menos geral / específico.

  • Por exemplo: O tema circuitos digitais é mais geral que o tema blocos combinacionais e este mais geral que o tema multiplexadores.

C) A nível das circunstâncias: O objectivo também pode ser mais ou menos concreto em função da existência ou não de outros complementos que aclaram as circunstâncias em que se vai dar a acção ou conducta.

  • Por exemplo: Obter em menos de cinco minutos a tabela  de  verdade de um circuito combinatório  a partir de uma expressão lógica do seu funcionamento.

1.3.2 – Formulação de objectivos



Os entes envolvidos na organização da docencia de uma disciplina são:

            • O centro docente (faculdade, escola)- responsável pelo plano de estudos a que pertence a disciplina.

            • O departamento responsável por ensina-la.

            • O professor (ou grupo de professores) que a ensinam.

            • O aluno que a cursa.

Entendemos os objectivos de uma disciplina, a um certo nível de formulação, como um contrato ou acordo entre dois destes entes acima mecionados.

Por exemplo, quando o centro adjudica uma disciplina a um departamento, ambos deveriam acordar o que deverão saber os alunos ao final do curso.

Este acordo ou contrato é uma lista de objectivos da cadeira a nivel do centro-departamento.

Com esta visão, propõem-se que a formulação dos objectivos de uma disciplina seja feita em três niveis (três contratos):

§  Nivel 1. Centro-departamento

§  Nivel 2. Departamento-professor

§  Nivel 3. Professor-aluno



Vantagens de formulação de objectivos

A formulação hierárquica dos objetivos de uma disciplina é de grande importancia para todos os implicados no desenvolvimento da disciplina: aluno, professor e responsáveis académicos tanto do departamento como do centro. Com esta metodologia de definição de objectivos pode-se conseguir motivação, compromisso e satisfação de todas as partes envolvidas e contribuir para melhorar a qualidade de ensino.

domingo, 15 de abril de 2012

OBJECTIVO DA INFORMÁTICA EDUCACTIVA

“O objetivo da Informática educativa é utilizar o computador como
recurso didático para as práticas pedagógicas nos diversos componentes
curriculares, incentivando a descoberta tanto do aluno quanto do professor e
preocupando-se com “quando”, “por que” e “como” usar a informática para
que a mesma contribua efetivamente para a construção do conhecimento

Inclusão Digital

Inclusão Digital pode ser considerada como democratização das tecnologias. Esse assunto tem sido muito repercutido no Brasil pelas dificuldades encontradas para a implantação.
Incluir uma pessoa digitalmente não apenas "alfabetizá-la" em informática, mas sim fazer com que o conhecimento adquirido por ela sobre a informática seja útil para melhorar seu quadro social. Somente colocar um computador na mão das pessoas ou vendê–lo a um preço menor não é, definitivamente, inclusão digital.
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Desde o início de 2005, foi implantado pelo Governo Federal um projeto de inclusão digital: Computador para todos. Esse projeto é voltado para a classe C e permite a oferta de computador e acesso à Internet a preços subsidiados. O equipamento deve utilizar obrigatoriamente software livre.
Os projetos de inclusão social implantados pelo governo podem ser conhecidos mais profundamente pela página do Governo sobre o assunto.

O QUE É A INFORMATICA EDUCACTIVA

O termo "Informática na Educação" tem assumido diversos significados dependendo da visão educacional e da condição pedagógica em que o computador é utilizado.
Vive-se um período em que se faz necessário ter ao menos um domínio mínimo das informações. Os benefícios trazidos pelas novas tecnologias são incontáveis, e é indiscutível a proporção de seus reflexos sociais e comportamentais. O símbolo maior dessas inovações da tecnologia é o computador que hoje é acessível à boa parte da população e com isso vem ganhando seu devido valor.Com tantas mudanças, a educação vem se sentindo pressionada a incorporar o computador nos processos pedagógicos, facilitando tanto o ensino como a aprendizagem. A essa interferência tecnológica no ensino dá-se o nome de informática educativa.
As vantagens do uso da internet são inúmeras. Uma delas é a criação de salas de aula virtuais, passando de um caráter passivo para um caráter dinâmico, sendo estimulados a desenvolver suas qualidades intelectuais. A internet funciona como uma imensa biblioteca onde as informações estão disponíveis para o pesquisador que será encorajado a desenvolver suas habilidades. Outra vantagem é a possibilidade de interagir com outras pessoas, através de e-mails, chats, videoconferências. Essa aprendizagem cooperativa permite que o aluno aumente sua capacidade de desenvolvimento.É óbvio que para poder usufruir desses benefícios é necessário ao menos uma noção de como usar a internet.
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terça-feira, 10 de abril de 2012

TRABALHO DE DIDACTICA DA INFORMATICA


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Índice



Palavras-chave


 


Educação a Distância – (EAD)

Sala de Aula Virtual – (SAV)

Internet

Ambientes Interactivos de Aprendizagem

Ambientes virtuais de aprendizagem (AVA)

Learning Management System (LMS)

Universal Mobile Telecomunications Systems (UMTS)



Introdução



A informática evoluiu de forma bastante rápida se comparada a outros processos evolutivos, porque inicialmente era limitada às grandes corporações devido ao alto custo dos equipamentos.
Somente na última década que a informática atingiu o grande público de usuários actuais.
O desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação, no decorrer dos anos, tem conduzido à difusão das oportunidades, no que concerne à aprendizagem, através da combinação de recursos tecnológicos e humanos.
A sua presença no sistema educacional faz com que seja necessário reflectir sobre pontos intrínsecos à educação, como: didáctica, metodologia, avaliação, planeamento e programas.
Os estudos sobre a Educação a Distância ou simples mente (EAD), em que o aluno não tem uma delimitação geográfica e nem uma sala de aula, têm proliferado, pois a utilização das tecnologias, permitiu alargar o alcance e as possibilidades do estudo a distância.
Sendo, desta forma, importante reflectir e discutir sobre as diferentes facetas do estudo a distância, nomeadamente: enquadramento histórico, métodos, práticas pedagógicas e teorias.
As teorias sobre o Ensino a Distância têm evoluído ao longo das últimas décadas, devido a uma pluralidade de actividades que se aliaram nesta modalidade.
 A Educação à Distância sofreu uma mudança significativa com a utilização da Internet como espaço para se fazer educação. A internet, através de seus mais diversificados recursos, possibilita a comunicação de seus usuários a longas distâncias, unificando diferentes plataformas e disponibilizando diversas informações e serviços.
 Ainda, tornando-se o meio mais utilizado para troca de informações de forma rápida, acessível e com baixa complexidade de uso, a Internet rompe barreiras de espaço e tempo, permitindo o compartilhamento de informações, cooperação e comunicação.
No presente trabalho, dedicar-nos-emos à apresentação dos métodos. Papel e Interacção professor - aluno em Ambientes de Ensino a Distância.

CONCEITOS BÁSICOS


            Ensino a distância é a modalidade de ensino que permite que o aprendiz não esteja fisicamente presente em um ambiente formal de aprendizagem, diz respeito também a separação temporal ou espacial entre o professor e o aprendiz.

Definição



            Podemos definir a Educação a distância como sendo o processo de ensino - aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente ou então, Educação a Distância ou Ensino a Distância (EaD) é a modalidade de educação mediada por tecnologias que permitem que o aprendiz e seus mestres estejam separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estejam fisicamente presentes em um ambiente formal de ensino-aprendizagem.













 


Breve historial


O Ensino a Distância ou simplesmente EaD, em sua forma empírica, é conhecido desde o século XIX. Entretanto, somente nas últimas décadas passou a fazer parte das atenções pedagógicas. Ela surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, não podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente educativo e a sociedade. Podemos dizer-se que o historial do Ensino a Distância é contado em quatro gerações.
 A 1ª geração da EAD se iniciou com o Ensino por Correspondência, durante a segunda metade do século XIX, nos Estados Unidos e Europa, caracterizando-se essencialmente pela troca entre o aluno e o professor, de documentos em papel, que constituíam os materiais pedagógicos, enviados através do correio tradicional
Durante os anos de 1960 surgiu a 2ª geração da EAD - A Tele-Educação, caracterizada pela difusão através da rádio, televisão, cassetes de áudio ou de vídeo. Nestes sistemas, a comunicação era efectuada num único sentido com excepção do telefone e da troca de documentos em papel que completavam a difusão.
A 3ª geração da EAD - Serviços Telemáticos foi caracterizada pela utilização dos sistemas de comunicação bidireccional entre professor e aluno, aproveitando as capacidades da imagem, do som e do movimento para a transmissão de conhecimentos e para a introdução de ferramentas que possibilitam maior interacção e flexibilidade de estudo. O desenvolvimento de software educacional permitiu aos alunos fazerem uma aprendizagem a distância assistida pelo computador. O surgimento das comunicações assíncronas, como o e-mail e as conferências por computador (tipo fórum), representavam uma evolução inovadora para o EAD e permitiam aos alunos comunicar, não só com o professor, mas também com outros alunos.
Surgiu então a 4ª geração da EAD - "E-Learning" onde todos os anteriores meios se tornaram mais interactivos, mais fáceis de utilizar e de acesso mais generalizado, permitindo maior flexibilidade temporal e espacial.


A evolução da telemática e, especialmente da Internet veio alterar alguns conceitos de difusão e de gestão de informação que suportaram as três gerações anteriores e muitos dos conceitos clássicos tradicionais (baseados na interacção professor/aluno).

Surgiram assim as Comunidades Virtuais com proliferação de escolas virtuais, universidades virtuais, institutos virtuais, turmas virtuais com cursos e conteúdos acessíveis via World Wide Web (WWW) com possibilidade de aulas colaborativas e interacções síncronas ou assíncronas utilizando vários tipos de metodologias e de tecnologias que promovem e permitem o ensino e a aprendizagem através da utilização da Internet como dispositivo de mediação entre os vários intervenientes.

 Prevê-se já uma quinta geração de EAD baseada na Mobilidade (M-Learning) como consequência da evolução da tecnologia e dos serviços das telecomunicações, especialmente com a introdução da terceira geração de comunicações móveis (UMTS - Universal Mobile Telecomunications Systems).



 


 


A EaD no mundo


 


A Suécia registou sua primeira experiência em 1833, com um curso de Contabilidade. Na mesma época, fundou-se na Alemanha em 1856 o primeiro instituto de ensino de línguas por correspondência. O modelo de ensino foi iniciado na Inglaterra em 1840, Fundada em 1962, a Universidade Aberta mantém um sistema de consultoria, auxiliando outras nações a implementar uma educação a distância de qualidade. Também no século XIX, a EaD foi iniciada nos Estados Unidos da América na Illinois Weeleyan University.
Já no século XX, em 1974, a Universidade Aberta Allma Iqbal no Paquistão iniciou a formação de docentes via EaD. A partir de 1980, a Universidade Aberta de Sri Lanka passou a atender sectores importantes para o desenvolvimento do país: profissões tecnológicas e formação docente. Na Tailândia, a Universidade Aberta Sukhothiai Thommathirat tem cerca de 400 mil estudantes em diferentes sectores e modalidades.
Criada em 1984, a Universidade de Terbuka na Indonésia surgiu para atender forte demanda de estudos superiores, e prevê chegar a cinco milhões de estudantes. Já na Índia, criada em 1985, a Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi tem objectivo de atender a demanda de ensino superior.
A  Austrália é um dos países que mais investe em EaD, mas não tem nenhuma universidade especializada nesta modalidade. Nas universidades de Queensland, New England, Macquary, Murdoch e Deakin, a proporção de estudantes a distância é maior ou igual à de estudantes presenciais.
Na América Latina programas existentes incluem o Programa Universidade Aberta, inserido na Universidade Autónoma do México (criada em 1972), a Universidade Estatal a Distância da Costa Rica (de 1977), a Universidade Nacional Aberta da Venezuela (também de 1977) e a Universidade Estatal Aberta e a Distância da Colômbia (criada em 1983).





A EaD em Angola



   Segundo o jornal o “o pais” a implementação do Ensino à Distância na Universidade Agostinho Neto surge na sequência da necessidade de aumento do acesso ao Ensino superior público. Há que ter em conta que o problema do acesso ao Ensino Superior tem sido abordado em muitos fóruns académicos e em vários países. Em Angola o EaD será implementado para permitir que os Angolanos tenham também a oportunidade de frequentar um curso superior num regime não presencial, dando assim possibilidade a que as pessoas com determinado regime laboral não lhes sejam vetadas as possibilidades de se formar.
            Nesse preciso momento em que se está na fase final de preparação para a implementação efectiva do EaD, a UAN precisa de criar muitas parcerias, se tivermos em conta que num projecto com estas características intervêm factores de natureza pedagógica, tecnológica e organizativa, ou seja, ele assume um carácter multidisciplinar. Temos parcerias sobretudo com instituições com vasta experiência em EaD, como a Universidade Aberta de Portugal e o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, com quem temos, inclusive, protocolos de cooperação.
            Está provado cientificamente que antes do arranque de um projecto dessa natureza, são necessários cinco anos no mínimo uma vez que são muitos os factores a ter em conta para o efeito, partido da concepção do modelo, os testes inerentes e a sua implementação. Todas essas etapas devem ser antecedidas por um diagnóstico sério e coerente. Já lá vão 6 anos de trabalho árduo e só agora o projecto está a ser implementado.
         O EaD na UAN está a ser implementado de forma faseada. O projecto encontra-se na sua primeira fase que consiste na ministração de Aulas Virtuais. Tal como fiz referência há minutos, a definição de um modelo de EaD é um elemento fundamental, e é nessa conformidade que a UAN adoptou um modelo conhecido com o nome de Aulas Virtuais que está a ser aplicado ainda para suprir carências em termos de cobertura docente que se registam nas Unidades orgânicas já referidas, o que significa dizer que assistem aulas à distância em quatro cadeiras, nomeadamente: Introdução à Informática, Língua Portuguesa, Química Geral e Estatística Aplicada. Assistem a essas aulas estudantes já matriculados nas Unidades Orgânicas beneficiárias.   
Os tutores são quadros treinados para trabalharem sob tutela do Regente de cadeira, ou seja, os tutores são meros facilitadores do processo de ensino e aprendizagem, e são recrutados nas Unidades Orgânicas aí onde os estudantes se encontram.



COMPONENTES DE EAD





Os conteúdos e materiais para estudo intervenientes no processo de aprendizagem de EAD dividem-se em quatro grupos:



a)     Scripto: o livro, os guias de estudo em papel ou outro material impresso. 






b)     Áudio: o telefone como meio de interacção comunicacional, a rádio ou a difusão da digitalização de áudio na Internet ou Intranet.






c)      Vídeo: a televisão, o vídeo como registo em banda magnética de imagens, animações e sons.



                                                                                            



d)     Informático: os computadores mandam e recebem informação por meios electrónicos. Entre as aplicações dos computadores em EAD.












Onde o principal impulsionador da EAD e mesmo a Transmissões via satélite






EaD suportada pela Internet


Ao utilizarmos a Internet como espaço e veículo para EAD utilizamos o Framework para SAV desenvolvido no projecto Campus Global da Faculdade de Informática da PUCRS, desenvolvido por Campos e Ferreira, onde um conjunto de ferramentas são integradas via uma metodologia de trabalho, levando em consideração as seguintes questões/características propostas por Barros:
Encontros síncronos: ocorrem ao mesmo tempo e local. Seriam as interacções face a face. Cabe salientar que os encontros presenciais são bem-vindos nos cursos a distância para, por exemplo, quebrar resistências. No caso do nosso trabalho são utilizados para a aula inaugural em cursos de graduação e pós-graduação; e opcionais nos cursos de extensão onde os alunos são moradores de outra cidade. Nestes encontros presenciais fortalecem os objectivos do curso e tenta começar a construir a identidade do grupo.
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Encontros síncronos distribuídos: são ao mesmo tempo mas em locais diferentes. Pode ocorrer por meio de conferência electrónica, chat – que são a base de nosso trabalho e amplamente utilizados nas turmas na modalidade de sala de virtual da FACIN – e telefone – usado como suporte aos alunos e a própria infra-estrutura do ambiente.

• Encontros assíncronos: ocorrem no mesmo local mas em momentos diferentes. Os participantes do curso (professor e alunos) podem a cessar ou disponibilizar material sem a necessidade da presença conjunta no mesmo horário, mantendo-se apenas fixo o local.

Encontros assíncronos distribuídos: Ocorrem em locais e momentos diferentes. É o caso da comunicação por meio do correio electrónico, da lista de discussão ou envio de material impresso para o site, por exemplo.






A figura mostra um Site de um curso na modalidade SAV

E-mail: utilizado para esclarecimento de dúvidas e comunicação privada do professor com seus alunos e vice-versa.
Lista de Discussão: criada para complementar o trabalho desenvolvido nos encontros síncronos e servir de espaço para as contribuições dos alunos, envio de tarefas complementares e informações do professor para o grupo e entre participantes do grupo;
Ferramenta de Chat: utilizada para suporte aos encontros síncronos distribuídos. Temos utilizado o CuSeeMe (versão freeware), Netmeeting e Microsoft Chat. Em função do tipo de trabalho a ser desenvolvido, escolhe-se a ferramenta de chat que visa permitir um trabalho cooperativo on-line. Estas ferramentas operam na modalidade cliente-servidor, onde cada aluno recebe uma cópia do software para instalar na sua máquina – download do site. Actualmente, estamos utilizando assiduamente o CuSeeMe.

Então, sincronicidade não deve ser vista somente como uma forma de interacção para os participantes que não possuem um horário em comum. Mais do que simples alternativa "temporal", deve estar alicerçada num projecto pedagógico, deve ser acompanhada e incentivada para que a comunicação não seja intensa no início e fraca ou inexistente no final do curso. Ainda, por se observar uma maior desistência em cursos ou grupos de estudo assíncronos do que em cursos síncronos ou mistos, a eficácia e a efectividade da comunicação docente/aluno, que se dá no acompanhamento e na tutória, são essenciais para aumentar o incentivo ao estudo e diminuir e/ou evitar a evasão.
Campo na sua prática observou que alguns alunos apresentaram uma participação menos intensa em comunicações assíncronas por considerarem desnecessário apresentar seu ponto de vista quando este já havia sido abordado por outro colega.


Por outro lado, é de salienta que as interacções assíncronas são bastante úteis quando o indivíduo necessita de tempo para reflexão ou estudo antes de emitir uma opinião.
Já a sincronicidade é bem-vinda para as conferências electrónicas, discussões, debates, salas de aula virtuais onde seus participantes parecem mais motivados e participativos. Assim, por haver maior interacção em um mesmo momento, aconselha-se que o número de participantes seja pequeno. Além disso, os encontros síncronos propiciam a sensação de que não se está só, favorecendo/fortalecendo a consciência activa do grupo, "corporalizando-o".
Enfim, deve-se ater na escolha dos meios que possibilitem as interacções sejam elas, síncronas ou assíncronas, uma vez que, dependendo dos objectivos e dos participantes, estes podem modificar as relações entre eles e com o objecto de conhecimento. Com relação ao Framework que suporta os cursos nas SAV, este está baseado nos seguintes serviços:
WWW (incluso FTP): onde são disponibilizados os materiais das disciplinas, o que inclui conteúdos, agenda das actividades mês a mês, registo das interacções, descrição das actividades extra-classe, materiais complementares, fórum para discussão de dúvidas e uma biblioteca virtual e digital.



Ainda, uma vez que tudo o que foi discutido está devidamente registado no ambiente da turma, este torna-se um valioso material para o professor e para os alunos uma vez que através dele, os participantes podem tanto obter o que foi discutido quanto elaborar sua auto-avaliação; sendo fonte valiosa de informação para acompanhamento dos alunos e da avaliação do trabalho do professor. Desta forma, esta é uma das opções do ambiente mais utilizadas por representar a "memória" do grupo.

Quanto aos alunos, estes encontram-se separados fisicamente participando dos encontros de sua casa ou empresa; existindo ainda, a possibilidade de usar o laboratório da universidade caso ele tenha algum problema de conexão ou com seu equipamento. Já, o professor participa desta, Quanto aos alunos, estes encontram-se separados fisicamente participando dos encontros de sua casa ou empresa; existindo ainda, a possibilidade de usar o laboratório da universidade caso ele tenha algum problema de conexão ou com seu equipamento. Já, o professor participa desta, da universidade onde possui uma sala equipada com um microcomputador multimédia conectado à Internet, um telefone para atendimento de dúvidas de conexão (com linha directa ao sector de suporte da rede), livros e materiais que necessita durante o encontro síncrono distribuído.

Como a metodologia adoptada não incentiva a EAD como forma industrializada de ensinar e aprender – ou como um programa de educação massiva - o número de alunos ficou limitado em vinte (20) onde, através da experiência, comprovou-se que este número possibilita um alto grau de colaboração, de interactividade, identidade como grupo, permitindo qualidade nas interacções e um equilíbrio entre organização e flexibilidade.



Metodologias utilizadas



No ensino a distância não deve haver diferença entre a metodologia utilizada no ensino presencial. As metodologias mais eficientes no ensino presencial são também as mais adequadas ao ensino a distância. O que muda, basicamente, não é a metodologia de ensino, mas a forma de comunicação. Isso implica afirmar que o simples uso de tecnologias avançadas não garante um ensino de qualidade, segundo as mais modernas concepções de ensino. As estratégias de ensino devem incorporar as novas formas de comunicação e, também, incorporar o potencial de informação da Internet.
A Educação apoiada pelas novas tecnologias digitais foi enormemente impulsionada assim que a banda larga começou a se firmar, e a Internet passou a ser potencialmente um veículo para a comunicação a distância.
A EaD caracteriza-se pelo estabelecimento de uma comunicação de múltiplas vias, suas possibilidades ampliaram-se em meio às mudanças tecnológicas como uma modalidade alternativa para superar limites de tempo e espaço.


Vantagens e Desvantagens do EAD






As principais vantagens, normalmente identificadas ao EAD, são as seguintes:



a)     Permite maior disponibilidade e ritmos de estudo diferenciados.

b)     Elimina barreiras de espaço e tempo, abrindo caminhos de formação a pessoas que tenham dificuldades de deslocações ou de agenda para estudarem.

c)     Estimula a auto-aprendizagem, permitindo um desenvolvimento pessoal contínuo dos indivíduos, conferindo-lhes maior autonomia.

d)     Fomenta a aquisição contínua de novos conhecimentos, de forma a fazer face a novas competências pessoais e profissionais.

e)     Dá origem a métodos e formatos de trabalho mais abertos, que envolvem a partilha de experiências.

f)      Elimina o problema da dispersão geográfica dos alunos.





Como principais desvantagens da EAD identificamos as seguintes:



a)       Não proporciona uma relação humana alunos/professor típica de uma sala de aula.

b)      Não gere reacções imprevistas e imediatistas.

c)      Exige elevados investimentos iniciais, isto é, muitos recursos para a criação dos conteúdos dos cursos, especialmente para produtos/suportes em formato multimédia.

d)      Exige alguns conhecimentos tecnológicos (informática e multimédia).

e)      Enfrenta alguns obstáculos relacionados com a reduzida confiança neste tipo de estratégias educativas por parte dos mais conservadores e resistentes à inovação e mudança.

f)       Está pouco vulgarizado.

Ambientes virtuais de aprendizagem



O ambiente virtual de aprendizagem ou LMS (Learning Management System) é um software baseado na Internet que facilita a gestão de cursos no ambiente virtual. Existem diversos programas disponíveis no mercado de forma gratuita ou não. O Blackboard é um exemplo de Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA pago e o Moodle é um sistema gratuito e de código aberto. Todo o conteúdo, interacção entre os alunos e professores são realizados dentro deste ambiente. De acordo com Clark e Mayer (2007), os ambientes virtuais são elementos fundamentais na tarefa de ensino, porém carecem de suporte pedagógico adequado em relação ao processo de aprendizagem.



 


Salas de aula virtuais: o papel do professor e dos alunos




A mudança na postura do professor que actua a distância em relação ao professor presencial é sempre questionada por todos aqueles que desejam trabalhar neste novo espaço suportado pelas novas tecnologias.

Segundo Moran, as tecnologias de comunicação não substituem o professor senão que modificam algumas de suas funções. E isso, porque a base maior de informações não virá deste, mas sim dos computadores, das bibliotecas digitais/virtuais, dos museus, da interacção com as outras pessoas. "O professor não é mais e nem consegue ser o depositário de todo o conhecimento. Ele tem que se comunicar e colaborar com seus pares, para se manter actualizado, acompanhar as transformações para poder exercer seu papel de orientador, mediador e estimulador de seus alunos".

Então, o professor passa a ser um facilitador, um orientador ou, nas colocações de Levy "um animador da inteligência colectiva de seus grupos de alunos, em vez de um dispensador directo de conhecimentos". Desta forma, cabe a ele, motivar o grupo e monitorar a participação levando em conta que o silêncio não significa, necessariamente, uma não aprendizagem e que o barulho (principalmente em encontros síncronos) não é sinónimo de bagunça; mas de que algo está acontecendo.

Observamos que a experiência adquirida nos cursos a distância implicou numa profunda reflexão da nossa postura nos cursos presencias. O professor de SAV necessita organizar-se de tal maneira que os conteúdos e actividades a serem trabalhadas com seus alunos estejam antecipadamente disponibilizados para os mesmos. A metodologia prevê uma organização prévia do curso, onde os materiais vão sendo disponibilizados em porções que abranjam um período de, no mínimo, duas semanas. Ainda, na opção agenda são apresentadas as actividades a serem desenvolvidas aula por aula, disponibilizando links para textos, programas, sites, etc. onde o aluno deve procurar material para estudar previamente, preparando-se para o encontro com a turma.

Esta organização implica numa visão geral e detalhada de todo o curso e um pensar prospectivo a fim de garantir que seus alunos recebam as informações e possam organizar-se. Ao mesmo tempo que esta organização se faz necessária, o professor tem de acompanhar os encontros síncronos e estar atento aos ajustes que se fazem necessários para garantir um trabalho personalizado e adequado às necessidades que emergem na sua turma.

Em outras palavras, o professor prepara a estrutura inicial do material de apoio e juntamente com os alunos, alimenta esta. Ou seja, a construção do material de apoio, principalmente do site do curso, esta em constante construção e depende basicamente das contribuições dos alunos. Neste sentido, o aumento significativo dos links que constituem a biblioteca virtual da disciplina, ocorre de forma sistemática onde os alunos sentem-se motivados a colaborar; e isso também porque quando

suas contribuições são disponibilizadas aos colegas e eles se sentem ainda mais como parte integrante do processo.

Quanto aos alunos, deixam de ser receptores passivos de informações geradas pelo professor, para serem agentes de busca, selecção, processamento e construção do seu conhecimento desempenhando, assim, habilidades mais importantes que a própria informação. Um aluno de cursos a distância não deve, portanto, assistir a uma aula à distância como quem assiste a um filme. Ele deve participar, fazer parte desta e isso porque todo conhecimento resulta de uma construção do sujeito que ocorre a partir de sua acção sobre o mundo. Ou, como coloca Piaget  

"O conhecimento não é uma copia da realidade. Conhecer um objecto, um acontecimento não é simplesmente olhar e fazer uma cópia mental, ou imagem, do mesmo. Para Conhecer um objecto é necessário agir sobre ele.              Conhecer é modificar, transformar o objecto, é compreender o processo desta transformação e, consequentemente, compreender o modo como o objecto é construído."

Ainda, um indicador do preparo do aluno é medido pela quantidade e qualidade das interacções que ele realiza durante o encontro – o que demonstra interesse e reflexão sobre o que está sendo discutido. Assim, mesmo as dúvidas e os questionamentos expressam o grau de trabalho prévio deste, no assunto em discussão na aula, e isto é facilmente observável através dos registos das aulas.

Também, relatos de nossos alunos, durante os encontros e nas avaliações, mostraram que eles percebem claramente a importância da auto-organização, do estudo prévio e, que a qualidade da sua participação nos encontros está directamente ligada ao seu envolvimento na sua preparação pessoal, também no estudo extra-classe. Desta forma, a experiência nos cursos a distância tem demonstrado uma melhoria na participação dos alunos e aumento de qualidade e quantidade nas contribuições relativas ao assunto trabalhado no curso.

Tendo em vista a importância do papel do professor na orientação e motivação do aluno e o aluno desempenhando um papel activo no seu desenvolvimento com alta participação e comunicação no processo, fica inaceitável admitir que o corpo docente em EAD seja bastante reduzido em relação ao ensino presencial. Uma sala de aula é considerada ideal com 25 alunos por professor, chegando até, em casos especiais, à relação de 15 alunos por professor. No caso de ensino a distância, a relação é de 100 alunos por um professor, tendo em vista que a comunicação entre alunos e professor não é sistemática, mas ocasional.

Tal afirmação não deve fazer sentido uma vez que hoje não há problema em acessar informações mas sim em transformá-las em conhecimento, em aprender a interagir, cooperar. Portanto, o professor não deve somente responder as consultas; deve, pois, provocar desafios, colocar questões relevantes para promover o debate entre os participantes. O que se torna impossível na proporção de cem alunos para um professor.

A improvisação que se faz necessária nos cursos a distância é de certa maneira um tanto dirigida e traz consigo uma grande dose de panejamento prévio. Não temos espaço para planejar uma aula faltando dez minutos para esta começar. Não existe espaço para improvisações decorrente da falta de panejamento do professor. O descaso ou a falta de envolvimento adequado no preparo do curso por parte do docente se torna evidente e comprometedora.

Interessante, também é observar as profundas reflexões que a experiência em ministrar um curso a distância tem desencadeado entre os docentes da nossa comunidade e entre os alunos. Na realidade, as acções e procedimentos realizados pelos docentes e discentes nos cursos nesta modalidade de SAV não diferem muito do que se faz (ou se deveria fazer) nos cursos presenciais. Mas, de um modo geral, os docentes da nossa comunidade passaram a se questionar sobre seus métodos de trabalho em face aos resultados apresentados nas turmas não presenciais.



Interacção professor aluno





O papel do professor no ambiente integracionista de ensino a distância, deve ser o de facilitador, orientador. Ele deixa de ser provedor de informações para ser gerenciador de entendimento. Caberá ao docente, motivar o grupo e monitorar a participação dos alunos, levando em conta os objectivos e interesse do grupo.
É preciso lembrar que os professores que actuam em programas de ensino à distância foram formados por procedimentos convencionais para ensinar em sistemas convencionais e alguns desconhecem toda a tecnologia que está a sua disposição, e as novas atribuições que lhe serão necessárias desempenhar para intermediar um modelo de ensino a distância efectivo.
Espera-se que os professores que actuem no ensino a distância possuam como habilidades:
§  Ser pesquisador;
§  Conhecer os objectivos gerais e específicos do curso;
§  Apresentar o plano do curso aos alunos;
§  Elaborar material didáctico ou de apoio, próprio;
§  Encorajar ao diálogo e prover métodos de organização das ideias;
§  Não ter medo de utilizar o silêncio, quando for necessário concentração parta alguma actividade;
§  Ser criativo a fim de criar situações estimuladoras para o melhor aproveitamento dos conteúdos;
§  Criar condições para o melhor desenvolvimento da aprendizagem, diagnosticando as necessidades dos estudantes; e mostrando caminhos de acesso ao conhecimento;
§  Promover actualizações constantes dos alunos, estimulando e administrando a curiosidade que é "fonte do saber" ;
§  Estar atento ao desenvolvimento do trabalho;
§  Ser orientador do trabalho conjunto, colectivo e individual; incentivando e acompanhando a participação dos alunos;
§  Saber elaborar um projecto, actualizar permanentemente este projecto e
comprometer-se com o desempenho do aluno;
§  Avaliar o desempenho dos alunos;
§  Apresentar aos alunos os procedimentos de avaliação;
§  Utilizar provas e trabalhos coerentes com os conteúdos oferecidos;
§  Elaborar provas com clareza e objectividade;
§  Mostrar-se disponível para atender as solicitações e dúvidas dos alunos;
§  Ter um bom relacionamento com os alunos, mesmo em momentos de tensão.
§  Ter conhecimentos sobre os recursos técnicos, oferecidos pela Web, ou seja, o professor deve desenvolver uma cultura tecnológica para desmistificar a questão do controle, tornando-se assistente da construção do conhecimento através desta tecnologia.

Além disso, o professor terá que ser sensível às dificuldades de interacções dos sujeitos, evitando o isolamento de alguns. Deve incentivar questões de debates e actividades que possibilitem os alunos aproveitar ao máximo os recursos do ensino a distância.


O Papel do Aluno

"Os estudantes preferem não estudar à distância". Simonsem (1955) A possibilidade disto acontecer entretanto torna o fato atraente por si só, embora o fato de ocorrer boa receptividade não quer dizer que tenha ocorrido aprendizagem. (Biner, 1955).


           Esta consideração inicial, destaca a situação colocada no início deste tema, em relação às actividades presenciais, telepresenciais e assíncronas:

a) Estudos realizados através de vários projectos, mostraram que o fato de ser utilizada uma videoconferência ou não, não era factor decisivo na aprendizagem. O mais importante era a qualidade do ensino, a motivação e as expectativas do aluno, o nível e a relevância do assunto, acesso a materiais de pesquisa e de suporte. Os professores relatam que, depois de acostumados, os alunos não se portam diferente que o normal, quando numa videoconferência. Os tímidos continuam tímidos. Quando há uma explanação prévia do uso do recurso e dos objectivos, normalmente há uma boa aceitação. Pode-se deduzir daí que o comportamento do aluno pouco se altera em relação ao ensino presencial, após o impacto inicial por ser uma actividade diferente.
b) Em situações assíncronas, a interactividade dar-se-á através da escrita:
o aluno deverá utilizar este meio para se fazer presente na actividade, expor suas opiniões, apresentar seus questionamentos, trocar informações com os colegas, etc. e por outro lado deverá ler, interpretar e analisar em igual intensidade. A própria escrita então exerce uma função de desenvolvimento, na medida em que o assunto deverá ser dominado, organizado, sintetizado e transmitido. Seria o autêntico aprender pelo fazer, preconizado por inúmeros autores. Deve ser levado ainda em consideração que, o fato de um aluno responder algo, não impede que outro responda esta mesma pergunta com a mesma resposta, como acontece muitas vezes em situações síncronas.
          Também, o fato de não estar sendo visto, não inibe o aluno, diminuindo sua ansiedade.
           Por outro lado, como suas respostas serão visualizadas por todos os colegas e pelo professor, há uma preocupação em torná-las mais elaboradas e fundamentadas e com uma boa construção.
         No ambiente de ensino a distância  integracionista, os alunos, deixam de ser receptores passivos de informações, eles precisam ser construtores de
conhecimento, passando a ser agentes de busca,
selecção e assimilação das informações, tornando-se participantes activos do curso, mas para isso, é necessário que desenvolvam algumas habilidades como:
§  Desenvolver sentimento de parceria;
§  Ter capacidade de contribuição;
§  Ser capaz de argumentar, questionar com propriedade, propor e contrapor com fundamentação;
§  Ser pesquisador e crítico;
§  Adoptar e manter uma postura cordial, cooperativa e construtiva;
estar atento ao desenvolvimento do trabalho;
§  Participar sempre que possível, e de forma ordenada objectivando contribuir e/ou sanar dúvidas.
Em síntese, este aluno deve estar consciente de que "o mundo moderno exige dos sujeitos uma formação que envolva raciocínio lógico, criatividade, espírito de investigação, diálogo com os autores, construção de textos próprios, capacidade produtiva e vivência de cidadania plena", e para isto, é fundamental que desempenhem um papel actuante na sua própria formação.
 

Condições necessárias para a Interacção

Se por um lado o ensino a distância promove um conceito de autonomia por parte do aluno, por outro lado aparece uma necessidade de interacção e de contacto aluno/aluno e de aluno/professor. A concepção então de que ensino é um processo social que requer uma interacção intensiva entre professor e alunos, pode ser ampliada para um processo social que requer interacção para a expressão, validação e auto desenvolvimento do conhecimento. Em outras palavras, de alguma maneira os alunos devem estar conectados (interagindo) para receber apoio e feed back, com o intuito de se manterem motivados.
           Ao se falar de interactividade e implicações pedagógicas, é importante analisar esta interactividade em duas situações: síncrona e assíncrona. Numa situação síncrona, por exemplo numa videoconferência, ocorrem similaridades com situações presenciais e consequentemente podem ocorrer os mesmos vícios. A abordagem deverá ser feita, então, de uma maneira muito mais próxima àquelas de uma aula presencial, levando em conta as dificuldades técnicas, por exemplo, de qualidade de som e de imagem.

Perspectivas actuais




Actualmente, a educação a distância possibilita a inserção do aluno como sujeito de seu processo de aprendizagem, com a vantagem de que ele também descobre formas de tornar-se sujeito activo da pesquisa e do compartilhar de conteúdos. Cabe às instituições que promovem o ensino a distância buscar desenvolver seus programas de acordo com os quatro pilares da educação, definidos pela Unesco.
Aprender a conviver diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de aceitar a diversidade, conviver com as diferenças, estabelecer relações cordiais com a diversidade cultural respeitando-a e contribuindo para a harmonia mundial.


E-learning


O termo e-Learning é fruto de uma combinação ocorrida entre o ensino com auxílio da tecnologia e a educação a distância. Ambas modalidades convergiram para a educação online e para o treinamento baseado em Web, que ao final resultou no  e-Learning. Tecnicamente, o e-learning é o ensino realizado através de meios eletrônicos por um sistema hospedado no servidor da empresa que vai transmitir, através da Internet ou Intranet, informações e instruções aos alunos visando agregar conhecimento especifico

Aplicações




Existem diversas aplicações da educação a distância. O ensino de ciências jurídicas e língua portuguesa já possuem aplicações bastante fundamentadas. Em 2006 foi lançado o projecto wikiversidade, ainda em fase experimental. Trata-se de um grande projecto de ensino colaborativo mediado pela internet com várias aplicações inclusive o nível superior.


Conclusão



Este trabalho servi para nós futuros educadores, reflectirmos sobre o nosso papel na escola e na sociedade, bem como repensar também o papel do aluno no microcosmo da sala de aula.
          Observamos que os dias actuais trazem inovações a cada minuto e que se ampliou o número de profissionais com diferentes funções na educação. Hoje temos o professor tradicional, aquele que professa; o educador, aquele que educa e o instrutor, aquele que instrui, geralmente, soa ao tecnicismo esta nomenclatura, mas, no fundo é o que se tem na verdade; instrutores de informática, e não professores ou educadores de informática.
         Portanto, os educadores, que somos, devemos utilizar todos os recursos que o século XXI nos proporciona sem esquecer nunca, é claro, da intenção do uso feito deles.
          Também, a educação deve ter sempre uma função humanitária e progressista e visar sempre à construção de um cidadão crítico, autónomo e seguro de seu espaço nesta sociedade, a fim de que possa reivindicar os seus direitos com a responsabilidade de seus deveres. Esta interacção, mediada pelos meios de comunicação tecnológicos, permite a ocorrência de um maior
número e de uma maior diversidade de transacções, quer entre professor e estudante, quer entre estudantes, promovendo a interacção e diminuindo
a distância transaccional. A discussão e investigação em torno deste
conceito tem implicações importantes para a educação online, em que os estudantes poderão sentir níveis de distância variáveis, relativamente à aprendizagem efectuada, ao grau de satisfação e à intenção de persistir no curso.
           Há a necessidade de serem integrados nos cursos a distância diferentes tipos de presença transaccional, diminuindo deste modo a probabilidade
de os estudantes sentirem a distância psicológica: aumentar o nível de
interacção entre os participantes constitui uma das estratégias
para aumentar o nível de percepção da presença transaccional, não
esquecendo que, ao aumentar-se o nível de interacção, isso irá interferir com
o grau de autonomia do estudante sobre a sua possibilidade de escolher
quando e onde aprender.




Bibliografia:


  

LANDIM, Cláudia Maria Ferreira. Educação a distância: algumas considerações. Rio de Janeiro, s/n, 1997.
            DEPRESBITERIS. Concepções Actuais de Educação Profissional. 2. Ed. Série SENAI. Formação de Formadores. 1999.
            LUCENA, Marisa. Um modelo de escola aberta na Internet: kidlink no Brasil. Rio de Janeiro: Brasport, 1997.
             NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança; políticas e estratégias a implantação de um sistema nacional de educação aberta e a distância. São Paulo: Loyola, 1999.



Páginas na Internet



           Portal da Google: Www.google.com

           Pagina do jornal “o País”

    ENCICLOPÉDIA Magister. Brasília: Editora Amazonas Ltda., 1980. 3 v

           Página do Prof. Moran: http://www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm

Texto do Ivonio de Barros: Noções de Ensino a Distância: http://www.eca.usp.br/prof/moran/www.intelecto.net/ead/ivonio

           Eduardo Chaves. Ensino a Distância: Conceitos básicos